domingo, 1 de agosto de 2010

O Abutre

Sou um abutre infiltrado
Entre quem me alimenta
Cuja sina nunca isenta
De também ser devorado

Não têm ideia de quem sou
Do quão frio eu sou, e vil
Sou quem da verdade os privou
Para tomá-la inteira, num bote sutil

Sou negro urubu, que voa, que espera
Mudo, aos céus, nem me faço perceber
Solito vagando... Ah, quem me dera
Ser sincero novamente antes de morrer

Mas posso também ser apenas imbecil
À procura da verdade, encorporando mais vaidade
Mais uma gralha a encher o saco na cidade
Aos risos dos abutres, que me vêem de seu covil

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