terça-feira, 10 de agosto de 2010

O Poeta

O sistema não presta!
As pessoas são tão cegas
Protestar é o que nos resta
E te mato se a isso negas!

Sou revoltado contra tudo
Não entendo como conseguem...
É incrível, todo mundo mudo!
Todo mundo cego, surdo... Não neguem!

Não me ouvem, mas eu tenho razão
Eu sou a razão, eu sou a verdade!
E se me contestam, logo digo não
Pois temo temer e já sinto saudade

Imagine contestar todo o meu saber
Negar quem eu sou, minha própria identidade
Imagine me olhar no espelho, sem mais reconhecer
O orgulhoso sonhador, conhecedor da liberdade

Se penso, logo vejo, não estou de todo certo...
Mas ai de quem me ouça, não, ai, não me ouça!
Melhor eu ler um livro, fumar um crivo, lavar a louça
Do que negar tudo que disse e cheirar a flor de perto

É, vou ler um livro, aquele livro
Daquele cara que me inspirou
Vou renovar o meu discurso,
Quem sabe até fazer um curso,
Ver se aquele fogo quentinho ainda não se apagou

Um comentário:

  1. é incrível como, mesmo distantes, ainda seguimos o mesmo rumo movidos pela mesmo combustível: a revolta.
    Um abraço ao amigo poeta.

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