quarta-feira, 30 de junho de 2010

Estranho Amor

Por meu pai, J. Lauro Noguez.


É estranho o nosso amor...
Sou só eu que te venero
E, enquanto eu te quero,
Humildemente espero
Um pouco do teu calor.

Os amigos me fazem ver
O perigo que há em ti,
As coisas que eu já perdi
E as que ainda vou perder.
Eu já sei, já percebi,
Que, por ti, eu vou morrer.

Teimo e sigo o meu caminho...
Com devoção e ternura,
Estou sempre à tua procura
Para não ficar sozinho,
Pois chegaria à loucura
Longe do teu carinho.

Teus beijos são minha vida.
São tão doces, são tão quentes,
Tão loucos e inconsequentes
Que abrem uma ferida
Sobre meus lábios ardentes,
Sobre a vergonha perdida.

Que sentimento bizarro...
Amo que não sabe amar,
Que vive a maltratar
A mim, boneco de barro,
Que não consigo largar
Este maldito cigarro.

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