sexta-feira, 9 de julho de 2010

Lembrança

Não é que eu não te amasse mais.
Eu smplesmente não suportei mais te amar.
Era fraco, e ainda sou.
Nunca deixei de ser, até hoje.
Talvez essa fraqueza dure só até amanhã, depois pare.
Talvez dure mais um ano.
Talvez eu deixe de querer viver outros sonhos.
Sonhos que não são meus.
Sonhos que eu adotei, apenas por doerem menos.
Talvez eu seja um imbecil, mas nunca fingi não ser.
Tá bom, eu sou um imbecil.
Mas nunca fingi não ser.
Se eu não fosse imbecil, teria dito a coisa certa.
No momento certo, do jeito certo.
Não teria acabado bem, seria horrível igual.
Eu só não seria o imbecil que sou.
Que te ama. Ainda.
Não seria o imbecil que ainda guarda as tuas fotos.
Que prometeu a si mesmo nunca mais abri-las.
Que, quando abre, faz o dia acabar.
Acabar em suspiros, em lembranças empoeiradas nas gavetas...
E aí, vem aquele sorriso fungado, que parece choro.
Que precede o choro.
Mas eu tranco o choro. Tranco o sorriso. Fecho a gaveta.
Tento me distrair.
Consigo me distrair. Esqueço.
Todo dia, eu esqueço. Tento, tenho que esquecer. E esqueço.
Amo outras coisas, outras pessoas, amo de verdade.
E destes amores, eu lembro.
Todo dia, eu lembro. Tento, tenho que lembrar. E lembro.

2 comentários:

  1. Triste, mas de tão triste transforma em algo lindo, pois consegue passar todo o sentimento desses pequenos momentos da incerteza do passado que permanece presente... E o engraçado que não acontece só com você.

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