terça-feira, 19 de abril de 2011

O Voo da Galinha

Sigo em frente. Os versos deixados pra trás são pegadas, de um tempo em que eu caminhava. Marcas deixadas na estrada, cheias de histórias; cheias de besteiras, de orgasmos intelectuais e, talvez, até mesmo, de algo que preste. Mas alcei voo! Agora, corto os ares. Mais como uma galinha do que como um falcão, é verdade, mas o céu não é um limite. Escrever me ajudou, por muito tempo, a tentar achar quem comprasse o meu peixe; a ver problemas no pensamento, pra depois ver que o pensamento, antes, já os tinha resolvido; a desabafar as mais terríveis angústias passionais... Agora, neste post, escrever me ajuda a explicar por que diabos deixar de escrever. Quem escreve sabe que não dá pra escrever quando não há necessidade. Digo, quando a gente não sente necessidade. Sou suspeito pra dizer se há ou não há necessidade, e cauteloso o bastante também. Mas o fato é que, sentir, não sinto. Só isso.

5 comentários:

  1. http://omeninoviajante.blogspot.com/2011/04/ao-amigo-pedro.html post resposta ao voo da galinha.
    Sei que vai entender, não sei se vai gostar.

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  2. http://omeninoviajante.blogspot.com/2011/04/ao-amigo-pedro.html

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Eu te daria outras razões.
    Que escrever-se não é um fazer individual, levando em conta a necessidade que se faz necessária para expressar o que quer dizer, não é possível escrever para os quatro ventos ou apoiar-se num discurso murado, impenetrável. Acontece, pode ser, ser essencial um diálogo para a heurística, para a dinâmica das letras levar ao mundo os pontos que os olhos do Pedro focam. Então eu perguntaria, a quem deixas de escrever?

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  5. A finalidade que eu tinha em mente ao escrever variava, e a(s) pessoa(s) a quem eu falava também. Por vezes, escrevi a mim mesmo, tentando dar ordem aos pensamentos, julgando que os mesmos satisfaziam as condições necessárias para que algo pensado, volátil, tornasse-se algo escrito e eterno; por outras, escrevi nada que fosse muito além do que se pode chamar de "recadinhos" a outrem. Ultimamente, creio que por acaso, tenho estado tranquilo com a organização de meus pensamentos e tenho dado meus recadinhos a quem os pede, a quem quer se prestar a ouvi-los. Larguei o auto-falante das generalizações equivocadas pra cochichar nos ouvidos só aquilo que interessar.

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